sábado, novembro 22

Dor de garganta

Neste jogo de bola que por vezes parece já ter entrado na fase de morte súbita, tanto já eu joguei como titular mas agora esturriquei o banco de tanto lá estar sentada.
Já fui Guliver que imponentemente conseguia ser tudo e tudo ter na palma da minha mão, pois mais nada importava neste mundo do que vocês.
Nunca andámos na escola com a onça, não haviam matreirices nem ilusões ópticas pois tudo o que vivíamos era verdadeiro, palpável e invejado pelo resto do mundo.Éramos um e um maior que o rei leão que inconscientemente considera que detém o poder sobre a selva inteira. Mentira. Tudo aquilo que sentíamos quando fazíamos traquinices pela rua fora fazia de nós imperadores do universo onde mais ninguém consegui penetrar. Éramos o mundo inteiro e ninguém nos fazia frente, pois na nossa qualidade de super-heróis, fazíamos sempre com que o dia acabasse bem com uma razoável gargalhada.
Mas agora não há nada de surpreendente.Estou pequena e mirradinha.E a cada dia que passa é cada vez mais longe dos olhos longe do coração. E nada do que foi atingido no passado importou realmente.
Fui substituída. Ou substituo alguém.
Maldito fado que vem e rouba todas as notas da minha carteira e nem míseros dois euros ou dois cêntimos la deixa para que eu possa comprar um pouco de pó de estrela especial
Porque vocês eram tudo e agora são um sonho.
E sem os meus sonhos não sou nada.