quinta-feira, novembro 29

Viro-me

E vejo um caminho. Diferente de todos os outro que ja tinha visto, aqueles a que fui apresentada bruscamente, como um estalo que vem da mão do padre.
Estou perdida e não há agentes da polícia por perto. Vou ter que me desenrascar sozinha.
E não é surpresa nenhuma. Não existe qualquer tipo de espanto em mim. Nada de bocas abertas à espera que lhes levem a colher à boca, nada olhos arregalados sem acreditar no que está a frente. Não sei o que é isso. Não ia começar a aprendê-lo agora.
Porque a vida é feita de ciclos, de reciclagem do que está usado para se tornar novo.
Por isso vou recomeçar aquilo que acabei, aquilo que ficou por instantes congelado. Quer me faça sangrar, quer me faça suar, quer me faça chorar, quer me faça sacrificar ou martirizar.
Vou recomeçar e acabar desta vez num sitío melhor, o imaginário vai ser real e não vou ter medo.
Às vezes temos apenas que arriscar e eu não tenho nada a perder nesta vida efémera. Por isso corro, lesionada, incapacitada, enfraquecida e não pararei de correr. Não nos interessa só o fim. A viagem também conta. O que vês, os sons que escutas, os sabores que nos acariciam e dos quais nunca te esquecerás, porque quando te fores embora serão essas memórias que te manterão vivo. Eu quero viver.
Então corro.
Sem medo.
Arrisco.

Que se foda a passividade

Nao me apetece mesmo nada dar uma de emocional para aqui.Mas ja que me pus aqui a espera do irreal, a espera que aquele quadradinho salte a frente dos meus olhos, eu escrevo. Nao sei o que ao certo , mas escrevo. Escrevo que tudo o que vivo nao existe.Porque ja passou. E fica a memoria, a saudade, que nao sao nada mais nada menos do que imagens que me correm na parte de tras da cabeca. E fica tudo sem sentido, se e que alguma vez houve. Olhando para tras tudo parece senil, inesperado, louco mas certo. Olhando para o agora, esta tudo parado. Tudo faz uma pausa para reflectir o antes e o depois que esta prestes a ser o agora.O agora, o futuro...e uma merda. E uma filha da puta de uma responsabilidade. E aquilo que nao quero fazer, aquilo que sou obrigada a fazer a pala de cabroes que me deixaram a colher aquilo que semearam. Porque? Nao sei nao quero saber. Nao quero pensar. A racionalidade e os planos para os anos futuros nunca me deixaram bem, nunca se realizaram. Chove la fora, mas parece me mais que chove ca dentro. A agua que desliza do tecto inunda as teclas que pressiono, fazendo curto circuito impedindo me de dar um novo passo que seja; o vapor impede me de olhar para o ecran, impede me de estar atenta para agarrar tudo o que desejo com dentes e garras, maos e coracao; o frio congela me, faz me mais fria e distante do que ja era antes; e caio na rotina que tento evitar toda a puta do dia. O tempo muda, passa e eu fico escassa.Nao tenho paciencia para me manter passiva, viver a vida indecisa.Por isso sei que hoje, vou correr para o monte, onde sei que ninguem se ira atrever a interromper o meu momento, longe de tu e de tudo, tudo aquilo que me mata e me corroi repetidamente. E fico la. A pensar nele, no irreal.Sempre a espera. Como sempre estive.Mas agora um pouco mais esperançosa, um pouco mais distante

Ascenção e Apogeu

Parece-me que dormi por horas.Mas nao aquele sono de oito horas que nos e recomendado, para nos tornarmos zombies funcionais que marcham numa passada perfeita, prontos para obedecer ao democrata hipócrita superior, que brinca connosco, manipulando-nos, chupando-nos a energia em troca de mais trocados. É aquele sono hipnotizante do qual ninguem pode escapar, nunca ninguem o fez. Foram todos apanhados numa rede de mentiras,patrocinada pelos nossos amigos imaginários do horário nobre.Eles agarram-nos pelos cranios e arranstam-nos pela lama, perfuram-nos as temporas e expoem a nossa mielina e axonios para que possam apodrecer e transformarem-se em bosta. Ainda por cima ela sabe tudo, sabe tudo sobre a vida das personagens fictícias mais do que ela sabe da sua propria viagem. Deploravel, este estado de coma interno.Repugnante.Ainda por cima, fiquei hoje aliviada de reentrar no mundo das personagens com personalidades pré-concebidas, que sabem se liberto gargalhadas ou não. Ser previsivel. Seguro ou falso? Que sa foda. Nao tenho paciencia nenhuma para desperdicar o meu tempo. Tempo nao e dinheiro, mas e valioso. Surge a vontade de aproveita-lo de forma decente: salvar uma gaivota de uma poca de petroleo, resgatar uma nacao da perdicao, administrar a eutanasia, plantar uma flor. Mas nao. Em vez disso, matamo-nos diariamente com inveja talvez, arrogancia possivelmente, avareza com certeza e frieza envolvente. Por isso hoje, quebrei da parede o tunel electrico que me prendia. Olhei para o vazio para onde eu olhava especada, para onde direccionava o meu olhar vidrado sem dilatacao da retina, e acordei assim que fechei os meus olhos a tudo. Corri para o monte, desci um trilho de terra e ascendi para um nivel desejado. Parcialmente contente. Ainda me lembro de como e que se da vida a um novo universo partindo de uma simples palavra tracada. Andam para aqui com agulhas a espetar-me, picaram-me mesmo la no fundo.E reergui.What's next?

O meu mundo é sensação...

Não será ilusão? Ilusão momentânea pelo qual se regem as regras ditadas pelo meu ser. Porque Neste meu mundo, o prazer, a felicidade, não passam de um simples vislumbre que eu desejei ser eterno. E aqui dentro permaneço só, com medo de magoar e de ser magoada. Enganando-me de que é assim que quero estar...relacionando e interiorizando todas as réstias de realização pessoal e de pseudo-felicidade, compactando-as com o meu entulho cerebral, desperdiçando espaço, tempo e sanidade. Torno-me constante, repetitiva, quase previsível. Tudo perde a "piada" à medida que me afundo num sono acordado...Aí, desejo uma vez mais que ele venha. Que venha já para receber o nada que tenho para dar, que me consome as entranhas por estar engarrafado há tempo demais, já a transbordar, a rebentar, a explodir. É esta a sensação do meu mundo. Preencho o meu maior buraco negro com a maior das minhas paixões, com os meus rituais, que ditam aquilo que sou na íntegra. Revelo quem sou, demonstro quem fui, apresento o que serei. Sem nunca deixar sair o verdadeio eu. Aquele que é frenético, louco, abstracto, que se transcreve na forma de um lirismo especial e indecifrável. Que é puro. Vivo então na minha redoma, receando sair para o mundo do "tudo" como criança que nasce sem glóbulos brancos no corpo. Cresce forte com fraquezas, dura mas frágil, brusca mas doce. E o que consegue entrar neste meu mundo castiço? O papel rasgado com frases escritas frutos de ideias relâmpago, flashes de memórias, brinquedos melancólicos que relembram a mal amada ignorância de outros tempos, o instrumento que todos os dias fornece uma ponta de esperança e, ironicamente, as paredes que me rodeiam que enquanto me protegem, esmorecem a minha alma... Existir cá dentro (pois não vivo inteiramente) é sensação...de sufoco. Por vezes pânico, angústia, mascarados com folia e passividade temporária. É uma mistura de alegria postiça e de tristeza plástica. É apenas seriedade. Viver e analisar. O meu mundo é sensação de pequeneza, de insignificância mas cheia de força e esperança. Aqui há espaço para todos os tamanhos. Quando sou grande, o meu mundo transforma-se numa selva gigantesca, que consegue albergar o mastodonte que me sinto naquele momento. Quando sou pequena, habito dentro de um minúsculo dado que dá voltas e voltas somando cada vez mais mudanças aleat orias, que adubam as minhas raízes e mudam a minha visão. Aqui sou livre de sonhar com a minha utopia ideal. Assim vive a minha pessoa mental, numa ilusão real. Este meu lugar é tudo e nada: imaginário, real, habitável, confuso, emocional, grande, estranho, amoroso, arrumado, subjectivo, espontâneo, pequeno, semelhante, insensível, rude, falador, analítico, silencioso, mágico, abstracto, objectivo, programado, barulhento... O meu mundo interior nunca será totalmente decifrado. Nem eu sei o que ele é realmente. Mas para uma resumida e antecipada caracterização, posso dizer que ele é a síntese do que sou e do que vivi, guardado dentro da minha caixa de Pandora, transformada numa duradoura questão. O meu mundo não é sensação. É interrogação, constante busca de respostas. E ele espera ansiosamente pela chegada de quem as irá trazer na forma de um sentimento inexplicável, impossível de se traduzir em palavras, aquele que faltava para o nada ser completo... E questiono-me: Virá ele de Roma?

Transformação

Mentirosos duma figa. Só querem viver com luxúria ignorando o que está por detrás do invólucro que apodrece com o passar das areias. Afundo-me nelas porque não tenho como pagar o oxigénio aprisionado. Não consigo pagar por ele nem às prestações. Mas de algum modo acabo sempre por voltar à superfície. Recordo-me de que não sou alimentada pelo mesmo pensamento de merda que todos os outros parecem ter. E têm-no na realidade. Não que o meu pensamento não seja uma bosta também...mas ele nada ker. Não quer desejar uma ponta de um corno, com medo que ele se divida em dois no topo da torre de controlo. Não quer desejar Roma para não ficar sem a Itália. Não quer o pouco que preenche o nada, para não perder todo o pouco que tem. Nada deseja,ao contrário dos porcos chauvinistas que apenas saciam a sua sede com a miséria dos outros, com o sofrimento dos restantes e com a tristeza dos demais. Querem abrir-me ao meio com uma serra eléctrica e destruir todos os meus órgãos, só para tocar na minha derme. Raios partam esses estupores invasivos que chupam o sangue até ao tutano. Consomem-me a alma por meses e acham que não faz mal. Mal: 1. tudo o que prejudica, fere ou incomoda; 2. aquilo que é contrário ao bem; 3. infelicidade; desgraça; calamidade; 4. prejuízo; inconveniente; dano; 5. defeito; problema; imperfeição; 6. doença; enfermidade; 7. ofensa; 8. aflição; angústia. De entre todos estes sunstantivos há no mínimo dez que revelam aquilo que me trespassa por séculos e milénios, quero só que me deixem em paz. Que não passem à minha frente e voltem atrás. Que evitem contacto comigo porque a minha estupidez é contagiosa.Para além de o ser, ainda tem o poder de afastar tudo como uma daquelas vassouras enganadoras que se vendem no canal consumista que tenta apanhar espectadores incautos as 5:14 da manhã. Quero que me deixem e que apaguem a luz. No escuro onde eu dormia acordada, eu sonhava. Sonhava com ovações, situações do ridículo, o meu cérebro enchia-se de "e ses.." como um flood a encher uma página de um script e fartei-me. Apercebi-me de que isto tudo é uma filha da puta de um ciclo que não consigo parar. Tento puxar o travão de mão, mas ele só me deixa com uma marca , que revela a força da inércia que ele possui. Que eu, tu, nós, vós, eles temos. Permanecemos parados morte após suicídio, divórcio após destruição. E sinto-me repugnante, acarreto com a culpa, tal como tu te devias sentir também caralho! Mas não. Isso não faz MAL a ninguém. E já alguém pensou que secalhar eu sou esse ninguém? O Zé ninguém que nunca apanha as bolas no voley, o zé ninguém com quem eu converso na minha cabeça. Posso ser eu ou até mesmo tu. E um dia hás-de sofrer na epiderme aquilo que eu existi. Aquilo que aturei. Não tenho culpa da minha lotaria genética ter dado nesta sequência de acções sucessivas de que te escondes, de que te mostras, de que retrais e de que sais. E voltas para plantar esperança e arrancá-la de seguida. Nem um pouco das raízes sobraram, nem um pouco dos sais minerais deixaram, daqueles de que se alimentarem. É o fenómeno do bicho-papão. Mete-te num canto escuro e ele apareçe pronto para te papar. Duma só dentada já a pessoa desaparece nos confins de um estômago onde morrerá derretida por ácidos gástricos. O resto que sobra é um esterco, não tem lugar na sociedade. É libertado para o exterior e isolado da civilização. Sempre foi assim, sempre será. Acredito na metamorfose, mas no que é que ela dá? Saio da fase de pupa, passo por crisálida e morro borboleta..Para ressuscitar lagarta. Mas não pensem que sou como as outras galdérias, que se põem diariamente na fila para morrerem belas e com a sua comitiva. Morrerei só, porque naquele momento fatal, só eu posso libertar a borboleta eterna que se escondia nesta carapaça dura de barata, dentro de mim.

Paragem Cerebral

Coma. Apagou-se tudo com o rude passar de um dedo, e foi encomendado o estado crítico de paz. Teve que ser necessário chegar a este ponto para que tudo mudasse uma vez mais. Maldito Karma. Vens e vais, regulas-me e sais. Por quanto tempo irá durar a tua caprichosa duração de analgésico? Por quanto mais tempo terei que ser deficiente. Eu sei que nem tu nem ninguém me entende, porque nem Deus™ sabe o que sente...o que é sentir. Muito ou pouco, dor, sofrimento...angústia e desespero. Com todas as forças concentradas no indispensável, tento arrancar folículos debilitados, que ja sofrem as repercussões das maleitas infecciosas que se propagam como um reles vírus. Um vírus, um parasita, um fungo...Uma entidante que me consome por me ter tornado num obstáculo mínimo no meio da maratona para o inferno. Soube bem? Acho que aquela viagem foi tão doce qunto as guloseimas azedas que compravam afecto e memória. Mas há muito que coalharam, apodreceram e nem um minuto sobrou. Não penses que vou dormir em pé por ti ,que nem no teu sono acordado quiseste saber se eu estava a viver, a existir ou a sobreviver. Fizeste com que a minha figura se igualásse à de meros concorrentes que desesperam por um bocadinho de higiene e uma mão cheia de poder. Mas eu não sou assim.Nah nah. Não me vais rotular como produto do teu falhanço. Nao vou limpar o rastro de merdas que deixas à medida que passas por Portugal. Não sou a tua escrava menor e nem realizarei os teus trabalhos forçados. Pára de descarregar a tua frustração em mim só porque sou um reflexo dos teus errros! Caralho, coma cerebral,vem antes que eu faleça! Tira-me deste buraco sem fundo, se é que me consegues encontrar nas profundezas da inação. Puxa-me. Tira-me deste sítio maldito, este sítio onde eu tinha prometido nunca mais pôr a mente. Leva-me para o teu mundo de correcções automáticas. Make me right. Fecha-me os olhos desta fútil realidade e faz com que eu nunca mais adormeça para a chamada vida, evita que eu me distraia com prémios e doçuras que me fazem desviar do caminho do monte. Leva-me para longe faz-me desaparecer. Coma.

Tentativa macarrónica

Um pouco usada hoje, sou pano sujo para limpar o chao da escumalha da sociedade.Sou um lindo parasita, mas nao penses que as tuas palavras da subclasse dos insecticidas me vai exterminar. Porque nada me vai fazer descolar de onde estou, sou jauma carraça nojenta...Eu provoco-te asco não e?Regurgitam todos vocês cada vez que vêm que eu podia ser uma aliada de força para espalhar o Credo das Modas e da Estupidez Ilimitada, mas hey!Oh espera ! Eu tenho um cerebro, isto aqui dentro nao e um musculo sem funcao, nao sao tres quilos de materia cinzenta para desperdicio! Se oces creem tanto no vosso Deus, acreditem que por algum motivo voces tem isso dentro do vosso cranio..Pena que ja tenha passado do prazo. Ai dentro de voces, restam apenas bocados de bosta condensada com publicidade a boca de sino, atitudes brilhantes quanto um pedaço de vidro rasgado,calao de ignorantes irracionais e parvoices muitas mais. Mas eu nao me calo. Nao ha agulha , fecho ou mao que impeca que de entre os meus labios , vindos dos movimento da minha lingua, que ecoam no meu palato de modo a que atinjam todos os timpanos no raio de um sistema. E voces ouvem.Eu sei que sim. Porque senao nao me tentariam suicidar dia apos dia com as vossa semi-politiquices, com a vossa intolerancia para com os collants que nos aquecem e nos tratam bem. Em todo o lado tentam-me mudar, tentam moldar a minha plasticina em cada movimento que faco e reconheco como sendo meu, original e de mais ninguem. E eu agora aqui estou a fazer nem sei bem o que. A reclamar sobre as repercussoes que sofro por ser fiel a mim mesma? Talvez...A queixar-me de como o ser humano nao evolui e nunca ao fez...Pode ser.A mostrar a minha frustracao em relacao aos mais simples que a felicidade e suposto a sua mente ter. Mas nao. Hun, caguei.E-me muito mais gratificante a sensacao de ser livre das personalidades pre-concebidas, de ser verdadeira e unica no meio de todos os unicos similares. Realmente chamo, grito por ela, inconscientemente. Ela vem, eu sofro fico, vivo em perigo. Ela vai, fico nao vens, contigo fico sem. Sera que bem?Nao sei. Apenas sou.

Directamente do Vazio

Morram. Desapareçam-me da frente ou deixem-me fugir. Não fico nem mais um pouco mergulhada nesta vulgaridade comprada numa reles loja dos 300. Deixem-me saber quem sou e voltar para a minha plataforma das trevas onde pelo menos eu fechava-me e protegia-me de vocês cabrões.Quero saber porquê? Especificamente quando vos pedi para não atravessarem o meu risco de cocaína que me custou tanto a endireitar. Já tinha a nota enroladinha pronta para snifar os leucócitos que me deixam inactiva. Quero desligar-me e não encontro o botão do reset. Quero fechar esta torneira mas não encontro a chave americana. OS dias passam num voar de olhos, e a medida que derreto e me desvaneço, sou cada vez mais infiel à libelinha que começa a desfaleçer e nunca mais voltará a ser imperatriz. O tudo que era o nada, passa a ser o nada que é o meu tudo...que é zero.Nao existe nunca foi nunca será, nunca esteve nunca houve nunca será. Nunca sera aquilo que desejei inocentemente a acreditei encontrar se conseguir cavar fundo, mas muito fundo. Com a ajuda da minha faca dou uma festa e desenterro os cadaveres ja decompostos, porque voces nao prestam, nao sabem manter a decencia por um minuto que seja. Sou um objecto. Larguem-me e parem de brincar comigo porque quero passar ao estatudo de omnipresente. Aproveitem a minha ausência porque estou em todo o lado. O nada e uno comigo e juntos vamos trazer a tona o carpe diem. Valeu a pena? Perguntaram-me no Gabinete do Apoio ao qual a minha resposta foi um cabide.Milhares de cabides!!!! Vao-se lixar nao me quero prender. Depois veem os guarda-chuvas so me faltavam esses, que nao me deixam olhar em frente num dia de normal. Que me tapam os olhos e fingem que esta tudo bem. E eu acredito no pais dos poneis e das borboletas quando na realidade vou cair num precipicio e afogo-me na minha laringe. Esse teu cuspo venenoso faz as minhas narigas arderem desenfreadamente e nao consigo sentir o cheiro para casa. Onde nunca me desejaram e nunca me enganaram. Ai Blimunda meu amor, que apanhas po ai no canto. Perdoa-me por nao efectuar contigo uma ligacao de jeito mas tu ja me olhaste por dentro e viste que nada havia no meu oco transporte. Melhor tomar atencao as horas. O tempo muda passa em vez de escassa estou quase a atingir a niilidade. Pois amados reis,doces da monarquia, daqui a bocado estou como voces, a queixar-me de algo que tentei ter pouco mas para sempre, e em nada resultar por ter sido tudo num momento fugaz. Agora nao ando, sou transportada pelas vontades do tu, do voce menos do ela. Ando por ai a pairar sem destino, mais uma perdida, uma vagabunda no interior. Tenho que ir para o porão e deixar de ser uma passageira mundana. Porque e que todos param para olhar? Será que nunca tocaram numa voz castigada e aprisionada,so porque nada para, nada se resolve??! Nao me deixam ir embora!! Quero atravessar a fronteira para uma nova localidade, onde a comida nao alimenta e o meu recipiente permance vazio. Foi assim que chegou assim ha-de ficar. Porque e que tenho que ser sempre eu a me metamorfosear, quando tu es um galo de merda, uma galinha uma bosta?!Fode-te.

Atenção

Será colocada para trás a corrida patrocinada pelo, cão. Canalha que nos vende a efémera Torre Eiffel por um punhado de cêntimos imundos.
Será terminada com sucesso a fase em que todos os esforços são ignorados em vão, em que ninguém quis se deslocar, embora houvesse vontade desequilibrada.
Será ultrapassada toda a desarrumação, porque a razão precisa de alimento, a imaginação já está exacerbadamente repleta de nutrientes, obesa, decide ser eutrófica e contaminar tudo o que me irá rodear durante os longos momentos de pausa constante. E ainda bem, porque não conseguia visualizar a minha carne ambulante ser racional de um modo rectilínio e indefinido. Serão relembradas todas as proteínas que irão ser retiradas da minha dieta diária, porque passei tempos em que de vocês vivia e me drenavam o interior, sugavam tudo o que tinha e eu não chegava para mais ninguém. Passei a ser faquir e ja não preciso de me alimentar disso porque tenho um sistema imunitário para contra os lípidos e os ácidos agordos. E apesar de vocês não crescer mais falacerei um pouco aqui dentro no estômago, ficara um vazio provocado por bílis, a vossa ausência mora aqui.
Serão dispensadas as bocas desnecessárias, porque elas são mesmo desnecessárias. Nunca foram benéficas para o meu lado, só me fazem acumular mais raiva descarregável para cima de ti vaca. Não penses que lá por seres sagrada no caralho mais velho. Não significas nada para mim.
Serás libelinha,certamente acordada, para um novo despertar. Recuperarás os teus sinais vitais, mais fortes do que nunca. Porque sei que crês naquilo em que eu acredito e a nossa melhor alternativa é mudar um pouco o quão estúpidas fomos.
Será utilizado o meu remo, para vos espancar maldosos, voltem todos para a vossa terra. Aqui não há lugar para me foderem cornos que são ainda uma incógnita bastante palpável e que me fode o cu incessantemente. Não te deixarei mais dúvida, assombrares a minha moral tão pura. Fode-te e sai daqui definitivamente.
Será finalmente destruída a puta da rotina que fez de mim uma pasta mole inactiva sem qualquer tipo de acção/reacção.
Serão acabados os tempos de escravidão contemporânea, para começar a escravidão a full-time. Exploração, sou obrigada a tudo o que evitei ter que apanhar.Talvez o meu sistema imunitário não esteja em tão boas condições como o mesmo sugeria.
Serão postos de parte matéria que me inundava o cérebro, assim não tenho mais que sofrer de diarreia mental em que só me saía bosta da boca, afirmações, teoremas e probabilidades que de nada me servem neste mundo em que o homem come o homem e mata o seu lar por gosto e ganância.
Mas sabes, eu serei remodelada detalhadamente, não quem sou mas o que me rodeia. Tudo será diferente, acabaremos por...mudar. Ultimamente toda a gente tem um problema ocm essa palavra. Mas a mudança deve vir para o bem. Porque o mundo não pára, o tempo corre, nós crescemos.
Tornamo-nos numa evolução ou regressão de nós mesmos, uma versão melhorada ou piorada dos nossos defeitos e qualidades como pessoas.
Seremos diferentes sim. Acredita nisso.
Não me interesssa aquilo que seremos. Continuarei a reviver tudo o que nós fomos crescendo e tudo o que ficou.
Ficou aquela que corrente que nós bem sabemos o que é, continuaremos sócios e a nossa companhia irá lucrar, continuaremos a ser inter-raciais, até mesmo seres extra-terrestres, e nunca o diluente apagará as nossas assinaturas do contrato escrito...sem letras miudinhas.
Que se foda a mudança, aceitá-la-emos com bastante fervor porque ela é natural.
Eu continuo aqui, a mesma diferente que sempre fui.
Que se foda o resto.
O que nós temos nunca foi discreto.

35 feet tall

Como uma pequena mosca, caí numa armadilha de elogios, tecida por uma aranha, daquelas cuja parte de tras e grande e gorda e enoja-me, que nem vontade tenho de pisa-la.
Nao me apetece ficar a olhar para um monte de orgaos arremessados no chao, ainda por cima daquela chamada aranha. Nao. Esta tem que ser esmagada por outra pessoa.
Mas esta ironia agridoce, esmorece-me um pouco e eu rio.Eu rio-me. Escapei daquela teia pois sobrevivi a tempestades extremas, que de alguma forma encontraram maneira de corroer as teias da decepçao, e fugi a quatro asas dali...para agora ver outro inocente,ingenuo e otario ser cair nas teias da generalizaçao humanóide.

Pelo menos agora nao sou eu, ja aprendi a minha liçao. De alguma forma passei de insecto que se alimentava de merda, a lagarta feia e gorda, que evolui para borboleta um belo animal alado e finalmente para aranha, puta manipuladora, que controla tudo aquilo que quiser. Sou um pouco aquilo que nao queria ser, mas sabe bem antecipar tudo o que ai vem, e evitar ser levada pela enxurrada. Uma viuva negra. E isso que sou. Das mais mortiferas, daquelas que matam tudo o que lhes aparece a frente e alimentam-se disso. Nao que eu me assemelhe a este bicho literalmente...mas passa-me a ideia pela cabeça todos os dias.

Todos.

Todos temos em nos a vontade de cometer um homicio deliberado e conseguir escapar. Temos todos, um assassino dentro de nos. Alguns matam relaçoes de longo termo, alguns matam a confiança que se pensava estar depositada num banco seguro, outros matam orgaos quer seja psiquica ou fisicamente, ha tambem os que matam a liberdade metendo-lhes algemas em cima, ha os que matam o tempo que teem, os que se matam a si proprios matando os outros consequentemente...depois ha aqueles que matam todo o passado, abrindo portas ao futuro.Agora sim isto parece-me bem.
Acho que nunca mais vou ver aquele vomito no beco da rua, nunca mais vou ver a inocencia olhar para mim, nunca mais vou conviver com um grupo de yuppies, nunca mais vou tolerar o que tolerei enquanto pequena infanta. Porque agora sou grande.Sou maior do que tu.Nao ha mais nada nesta vida que eu possa aprender, que me fara ainda mais diferente do que sou agora. Porque eu ao contrario de ti, sou um cavaleiro da tavola triangular, tenho uma armadura com resistencia de 1800 pontos. Sou Xama, consigo curar-me a mim mesma sem ter que ir chatear os outros. Sou Elfo defendendo sempre o que acredito estar certo. Sou eu mesma. Nunca mais aturarei as merdas de NINGUEM. Nao sou babysitter de gente grande, nao tenho ouvidos de penico, nao sou tua escrava, leva tu para fora o teu lixo.Nao sou pombo correio e nunca mais serei.
Fodam-se agora, o passado ja nao existe, foi formatado.
La se vao os tempos da autorizacao, e dos transportes providenciados pela geraçao anterior. Ja chega das satisfaçoes dadas, so para satisfazer egos e paz mental.CHEGA de manipulaçoes que visam controlar alguem como qual hipnose barata.Ja nao tem efeito sobre mim.
Deixar de ser ingenua e aproveitar o dia foi a melhor coisa que ja fiz na vida.

Tenho um punho cerrado permanentemente....Nao sabes com quem te vais meter.

Nao sabes mesmo.

Ignore my Conscience

Pulling eyelids backwards
REmovings eye lashes
Breaking jaws and bones
hit my words with sticks and stones
I can't get focused in this dimension
Covered by acid snow
Muscles stressed with tension
Now we all know
That it can't be decoded
And it can't be decrypted
This so much wanted coma
Has to go, to be treated

Fuck you sleepwalker
You creep, narrow-minded
How does it feel to be grinded
Into idiotic residues
Puppet you love to be played
Your strings security?
Gee, I'm amazed
GEt the fuck away from me

Shock therapy
Release me from these restraints
I resemble a tree
My grey mass for you awaits
The scheme wants to be free
I do not carry humam traits
Stinging like a bee
Oh atmosphere what a disgrace!
Must change the pace
The records will be erased
The demons we have faced
Will soon turn into waste

Fuck you dead body
You manequin, horse sighted
How does it feel to be a sheep
The whitest of them all
CAretaker you love to obey
The commands a byble?
Oh I will worship you
My brand new idol
The shepard is anestetisedNo longer being wiseThe shepard is anestetisedWho will introduce my demise?

Interesse

Fecham-se-me os brônquios e não consigo respirar
Uma sinapse repentina prende-se-me na laringe
Abrem-se-me os bronquíolos e consigo expirar
Um axónio desprende-se da minha faringe
Vem incinerar o meu corpo sem utilidade
Que nada mais interessa
O contrário será sempre felicidade
A fragilidade mantém-se dispersa
Não saborear passadas no chão
Muito menos olhar cheiros irresistíveis
Não dá para ouvir paisagens com a mão
Mas agarro as notas musicais irascíveis
Quero o som
Quero o pingar das gotas da chuva no meu chapéu azul
Para que se misturem e eu não saiba distinguir
Onde começa o céu e acaba o mar
Quero o sabor
Quero os paladares de caramelo, chocolate e natas
Uma miscelânia que me adoça o bico
E elimina todas as amarguras
Quero o cheiro
Quero o aroma da terra molhada às sextas depois das aulas
Um cheiro aprazível que me invade as narinas
E tudo parece eterno
Quero a vista
Do meu monte vejo o mundo que espera por mim sentado
Resguarda todas as surpresas para mim e enfim
Vejo a lua cortejar os coelhos
Quero o toque
Aveludado que tinha quando nasci
Está escondido, eu nunca o perdi
O calor humano absorveu-o.
Quero tudo que no fundo é o nada
Nada para os outros, tudo para mim
E se este nada é o tudo que nao acaba
O meu mundo nunca terá fim
Porque infinito sempre foi o nada
Em que perduramos assim...

Desejo

És maldito.

Assim que revelo o mínimo detrito
Desfazes-te à minha frente
Como qual castelo de areia de domingo
Abalado pelo vento quente
Não posso estar contigo

És maldito.

Assim que permito a tua entrada
Iludes-me que estou errada
Como os tolos sonhadores
Finjo que sou amada
E desaparecem todos os meus dissabores

És maldito.

Assim que me empenho
Dizes-me que luto em vão
Amachucas o meu desenho
Aquele que eu guardava no chão
Com os rabiscos daquilo que ia ser

És maldito.
Assim que ganho poder nas cordas vocais
O palco começa a colapsar
Fico com falta de ar
Mas sempre a querer mais
Mesmo sofrendo quando o tentas arrancar de mim

És maldito.

Fomentas a inveja não intencional
E a auto-comiseração
Machucas-me o coração
Mas vens comer-me da mão
Porque sem mim não sabes viver

És maldito.
Impulsionas-me para o meio do nada
Porque me fazes querer fugir
Decalco-me numa pintura aguada
O remédio azedo para o esquecimento
Para a mudança poder surgir

És maldito

Cegas-me com esse brilho intenso
Não vejo quem me está debaixo do nariz
Invades-me o pensamento
Como quando eu era petiz
Ruminando apenas em como era feliz.

És maldito.

Protoplaneta

Que é feito do ninho de andorinhas à porta do meu prédio?
Que é feito do cão que nos assustava todas as tardes quando voltávamos da escola?
Para onde foram levadas as flores amarelas que iluminavam o meu caminho para casa?
Quem levou o mato onde eu me embrenhava sem medo, sem receio?
De que será que o apicultor da área fugiu, deixando as suas abelhas sem acolhimento?
Porque foram esquecidos os passeios de bicicleta na descida da morte?
Quem foi o malfeitor que dizimou as pequenas hortas, esperançosas que se erguiam no meio das ruas?
O que é que impossibilitou a permanência das das crianças na rua a jogar futebol até não haver mais luz?
Em que dimensão residimos agora?
A humanidade progride (supostamente) a uma velodicade estonteante, e eu não consigo focar a mudança que nos rodeia. Tentam tapar-nos os olhos com marketing fútil, que pensa saber sempre o que é melhor para nós. Se calhar quem o puxou da direcção certa fomos nós.Sim...nós.
Porque o markeitng visa lucrar de acordo com as nossas necessidades, embelezando o seu produto - porque se tudo se julga pela capa e não qualidadade – elevando-o à categoria do indispensável.
E à medida que “progredimos”, novas necessidades vão sendo criadas, para que novos produtos ganhem novos compradores. Nós. Os tolos.
Enjaulamo-nos nas nossas masmorras de chips e de automatização, sem nunca pensar no que se passa lá fora.Estamos acorrentados pelo conforto e nem nos apercebemos disso. Os caprichos são mais importantes.
Trocamos os ingualáveis raios de sol, pela radiação dos ecrãs, a relva fofa cor de jade pelos sofás de polyester, as nêsperas pelos aperitivos cheios de conservantes, o contacto com outros pelas compras, pagamentos, inscrições e conversas on-line. E a cada dia que passa, o calor humano desce gradualmente...kelvin a kelvin.
E somos nós que estamos a congelar.
Não foi a idade do gelo há milhões de anos atrás? Acho que sim. Continuemos a “progredir” assim, talvez possamos reviver a era mesozóica.
Desnecessariamente deambulamos aos zigue zagues neste labirinto instável e não sabemos aonde vamos parar. E perguntam-se porquê.
Eu sei.

É tudo porque as andorinhas fugiram, o ar é irrespirável.

É tudo porque o dono do cão faleceu, indo a pobre criatura para um canil com o intuito de ser abatida. E o terreno onde morava dará lugar a mais casas empoleiradas umas nas outras.
É tudo porque as flores foram arrancadas para dar lugar a parques de estacionamento para bestas fumegantes .
É tudo porque o mato transformou-se num armazém de entulho.
É tudo porque não há condições para criar o mínimo de natureza possível, pobres abelhas sem direito de viver.

É tudo porque o “fixe” agora é andar num carro “quitado”, bicicletas são do século passado.
É tudo porque algum ganancioso quer urbanizar o mundo inteiro.
É tudo porque neste mundo comemo-nos uns aos outros. Corroemo-nos de inveja, maldade. Criam-se novos desejos de luxúria em nós, e já não é seguro haver confiar uns nos outros.
Vivemos na metrópole da perdição.
Numa sociedade em que a beleza das coisas simples é esquecida, a resposta para todas as perguntas complicadas sobre esta maldição rotineira e urbana, é tão simples quanto olhar para as estrelas.
Ainda somos neandertais.
Pelo menos sei que sou humana. Consigo ver a lua da minha janela, pregada num crepúsculo intenso em tons de azul e roxo.
Única como ela só.
E sinto borboletas esvoaçarem na minha barriga.

Ciclo vicioso

Cortaste-me as asas quando estava a voar
Tiraste-me do baloiço quando estava a baloiçar
Partiste-me as pernas quando estava a correr
Arrancaste-me os dedos quando estava a desenhar
Tapaste-me a boca quando quis cantar
Furaste-me os olhos quando quis ver por mim própria
Que tu não és aquilo que sempre quis ser
És apenas uma miragem daquilo que eu queria que fosses
E quando começo a olhar perto de mais
Não passas de um ego que olha apenas para o seu umbigo
E faz de mim um morador indesejado
Porque a moeda é mais importante
Sou apenas uma conta para ti?
Sou.
Não te preocupes, assim que liquidar as minhas dívidas
Liquidarei para sempre a conveniência que nos une
E não terás mais poder sobre mim
Não quero saber da verdade ou da mentira
Não me interessa o que os outros pensam
Quero só um pouco de paz
Que me deixes só no meu prado
E então qual é o mal de querer apenas correr
Se é isso que me deixa com um sorriso eterno de gratificação?
Ao invés disso fazes-me viver em coma...
Já chega
Quero que me largues
Não deixes a luz acesa
Se tenho que permanecer aqui
Apaga a luz
Que me reconfortem os meus sonhos...