És maldito.
Assim que revelo o mínimo detrito
Desfazes-te à minha frente
Como qual castelo de areia de domingo
Abalado pelo vento quente
Não posso estar contigo
És maldito.
Assim que permito a tua entrada
Iludes-me que estou errada
Como os tolos sonhadores
Finjo que sou amada
E desaparecem todos os meus dissabores
És maldito.
Assim que me empenho
Dizes-me que luto em vão
Amachucas o meu desenho
Aquele que eu guardava no chão
Com os rabiscos daquilo que ia ser
És maldito.
Assim que ganho poder nas cordas vocais
O palco começa a colapsar
Fico com falta de ar
Mas sempre a querer mais
Mesmo sofrendo quando o tentas arrancar de mim
És maldito.
Fomentas a inveja não intencional
E a auto-comiseração
Machucas-me o coração
Mas vens comer-me da mão
Porque sem mim não sabes viver
És maldito.
Impulsionas-me para o meio do nada
Porque me fazes querer fugir
Decalco-me numa pintura aguada
O remédio azedo para o esquecimento
Para a mudança poder surgir
És maldito
Cegas-me com esse brilho intenso
Não vejo quem me está debaixo do nariz
Invades-me o pensamento
Como quando eu era petiz
Ruminando apenas em como era feliz.
És maldito.
quinta-feira, novembro 29
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