quinta-feira, novembro 29

Paragem Cerebral

Coma. Apagou-se tudo com o rude passar de um dedo, e foi encomendado o estado crítico de paz. Teve que ser necessário chegar a este ponto para que tudo mudasse uma vez mais. Maldito Karma. Vens e vais, regulas-me e sais. Por quanto tempo irá durar a tua caprichosa duração de analgésico? Por quanto mais tempo terei que ser deficiente. Eu sei que nem tu nem ninguém me entende, porque nem Deus™ sabe o que sente...o que é sentir. Muito ou pouco, dor, sofrimento...angústia e desespero. Com todas as forças concentradas no indispensável, tento arrancar folículos debilitados, que ja sofrem as repercussões das maleitas infecciosas que se propagam como um reles vírus. Um vírus, um parasita, um fungo...Uma entidante que me consome por me ter tornado num obstáculo mínimo no meio da maratona para o inferno. Soube bem? Acho que aquela viagem foi tão doce qunto as guloseimas azedas que compravam afecto e memória. Mas há muito que coalharam, apodreceram e nem um minuto sobrou. Não penses que vou dormir em pé por ti ,que nem no teu sono acordado quiseste saber se eu estava a viver, a existir ou a sobreviver. Fizeste com que a minha figura se igualásse à de meros concorrentes que desesperam por um bocadinho de higiene e uma mão cheia de poder. Mas eu não sou assim.Nah nah. Não me vais rotular como produto do teu falhanço. Nao vou limpar o rastro de merdas que deixas à medida que passas por Portugal. Não sou a tua escrava menor e nem realizarei os teus trabalhos forçados. Pára de descarregar a tua frustração em mim só porque sou um reflexo dos teus errros! Caralho, coma cerebral,vem antes que eu faleça! Tira-me deste buraco sem fundo, se é que me consegues encontrar nas profundezas da inação. Puxa-me. Tira-me deste sítio maldito, este sítio onde eu tinha prometido nunca mais pôr a mente. Leva-me para o teu mundo de correcções automáticas. Make me right. Fecha-me os olhos desta fútil realidade e faz com que eu nunca mais adormeça para a chamada vida, evita que eu me distraia com prémios e doçuras que me fazem desviar do caminho do monte. Leva-me para longe faz-me desaparecer. Coma.

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